Acredito que você que chegou até esse texto, assim como eu, em algum momento de sua vida já sentiu como se tivesse fracassado em algo ou alguma área de sua vida, não é mesmo?
Isso acontece porque nosso foco está muito mais no resultado que desejamos pra nos sentir vitoriosos e importantes, do que propriamente no processo que precisamos viver pra chegar até ele.
Nesses momentos, se conseguirmos manter nossa atenção suficientemente atenta é importante nos fazermos as seguintes perguntas:
Quantas vezes eu me permito errar?
Como lido com minhas falhas e com tudo que não saiu como gostaria?
Como lido com minhas frustrações?
Tenho conseguido acolher minhas imperfeições?
O que aprendi com o que não saiu exatamente como eu desejava?
O que preciso manter e o que preciso mudar pra alcançar o que desejo?
Estou realmente disposto(a) a fazer as mudanças necessárias? Qual é minha real disponibilidade pra essas mudanças?
Eu, por tantas e tantas vezes, me vi paralisada pelo medo de errar ou pelo medo de não saber ou não corresponder a alguma expectativa. Manter o controle sobre a vida e sobre os fatos corriqueiros do dia a dia era sempre uma prioridade, mas com o tempo o que parecia ser um caminho de excelência foi se tornando uma prisão bem apertada pra se viver.
A necessidade de direcionar todas as nossas ações ao sucesso nos tira o brilho e a grandeza do aprendizado dos erros.
Sim, os erros são brilhantes em sua essência, porque são nossos guias, nossos faróis. São as marcas que colocamos em nossos caminhos. É uma pena que tenhamos aprendido a lidar tão mal com eles.
Diariamente vejo pessoas infelizes que se culpam e se martirizam por suas falhas ou dificuldades. Somos desde pequenos ensinados a sermos os melhores em tudo e normalmente só recebemos reconhecimento quando alcançamos o resultado pré-estabelecido por nossas ações. No mais, quando muito, recebemos solidários tapinhas nas costas que nos dizem: “É tudo bem, você não conseguiu, mas da próxima vez será diferente, será melhor!” Isso só serve pra nos trazer a grande sensação do fracasso.
Perdemos a maravilhosa oportunidade de olhar para o caminho que percorremos e tudo que aprendemos durante nossa jornada. Caímos em julgamentos, críticas e censuras que nos mostram que somos infelizes e não merecedores dos aplausos.
Se tivéssemos conseguido um pouquinho a mais! Se tivéssemos sido só um pouco melhores do que conseguimos ser... aí sim teria sido válido!
Isso é loucura! Esse é apenas o caminho certo pra colecionarmos derrotas e nos sentirmos cada vez mais impotentes frente aos desafios.
Em 45 anos, ouvi apenas uma ou duas vezes, pessoas grandes o suficiente pra me dizerem: “Você vai fracassar! E vai levantar e começar de novo. E isso vai acontecer mais do que uma única vez”.
E como aprendi com essas pessoas maravilhosas!
Sim, tenho percebido que fracassei muito mais do que venci. Fracassei em metas fantasiosas que criei pra mim, fracassei em relacionamentos, fracassei em trabalhos, fracassei em tarefas cotidianas, fracassei talvez até um pouco por dia se eu olhar apenas para os resultados que criei em minha mente ou que outras pessoas criaram pra mim.
Só que aprendi a olhar além dos resultados. Dia após dia, aprendi a olhar pra mim com olhos solidários e levantar pra seguir, colher os frutos esquecidos dos aprendizados de todos esses “fracassos” e usá-los nas tentativas seguintes de alcançar o “sucesso”.
Assim, de “fracasso” em “fracasso” fui aprendendo a fortalecer dentro de mim a capacidade e a força pra não desistir, aprender como chegar onde desejo, buscar recursos internos e externos, mudar rotas, rever atitudes, reconstruir pensamentos, traçar novos planos e aprender a saborear as pequenas e importantes vitórias, aquelas que não são visíveis e comemoráveis pelos que nos acompanham com olhares distantes, mas que estão escondidas nos ditos “fracassos”.
Faça as pazes com suas falhas e aprenda acolher cada pedacinho “errado” de si, porque são eles que se constituirão no caminho pra tudo que deseja construir.
Entenda que seus maiores fracassos certamente são também seus maiores guias. Ao invés de viver no mar de lamentações, aprenda com cada experiência e encontre o que precisa pra colher os frutos que deseja alcançar, reconhecendo que talvez já esteja no caminho que tanto busca.
Viva o momento presente e entenda que a felicidade está na jornada e no caminhar de cada dia e não no resultado em si.
Se abra para os erros e as escorregadas que dá pela vida e aprenda a rir de si e se divertir com seus tombos.
Afinal é por isso que gostamos tantos dos memes que nos mostram erros dos outros, não é mesmo? Vai me dizer que você não se diverte por aí com tantos vídeos hilários de momentos que deram “errado”, rsrs.
Então, ria de si e se divirta em sua vida.
Entenda que tudo faz parte da caminhada e transforme muitos dos obstáculos em lembranças divertidas e motivadoras.
E pra aquelas lembranças impossíveis de olhar com humor ou pra aqueles momentos onde a dor ainda está insuportável, tire alguns minutos para deitar sua cabeça em um ombro amigo, orar, chorar, lembrar que nunca está sozinho(a), pra em seguida estar certo(a) que ainda assim, consegue seguir e que é vitorioso(a), porque não existe sucesso ou fracasso. O que existe em tudo é seu aprendizado e crescimento.