Se tem uma coisa que gosto aqui em casa, é o momento que vejo meu pé de jabuticabas repleto das pretinhas prontas pra serem colhidas e saboreadas.
E olha, que aqui em casa, ele é bem pequeno, mas dá as melhores jabuticabas que comi até hoje, as mais doces e saborosas.
Vou toda feliz com um pote, enche-lo com as frutas que os passarinhos ainda não beliscaram.
Sim, aqui em casa, divido bem com todos os voadores que chegam pra se fartar das pequeninas e doces frutas.
Até costumo deixar algumas só pra eles ou demoro um pouco mais pra colher, esperando que eles se fartem primeiro.
Esse momento tem me ensinado duas coisas importantes...
A primeira é a paciência, porque por mais que eu ame jabuticabas e até abuse da quantidade quando meu pé fica recheado delas, também não consigo tê-las o tempo todo.
Tem o tempo de descanso da árvore, o tempo da floração, o tempo de crescimento dos frutos, o tempo da visita dos pássaros, até que, finalmente, eu decida colher algumas pra mim.
A segunda coisa que aprendi é olhar por diferentes ângulos.
Preciso me encolher, desviar dos galhos, agachar, espichar e ir rodando a árvore toda pra conseguir colher tudo que ela tiver de melhor.
Se ficar parada em um único local, apanho muito pouco daquilo que ela tem pra me oferecer, quase nada, eu diria.
Impossível não perceber que na vida não é diferente, cada coisa tem seu tempo de acontecer, chegar e desaparecer. Precisamos nos colocar em diferentes ângulos o tempo todo, se quisermos enxergar e extrair o melhor de tudo.
Ah! As jabuticabas... Tão pequeninas e com tanto pra ensinar.
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